11 fevereiro, 2012
Mais um dia sem ti, mais um dia sem ouvir a tua voz, sem sentir o teu toque, o teu cheiro..
Estou deitada na minha cama, olho para o tecto, e lembro-me daquela vez que olhaste este mesmo tecto juntamente comigo. Olhavas para ele, mas era como se ele não estivesse ali, fizeste mil e um planos para nós, sonhaste por ti e por mim, e de repente deixaste de olhar para ele e passaste a olhar para mim. Tentavas explicar-me todos os planos que tinhas para nós, falaste em morarmos juntos, em ter filhos, muitos filhos, 11 ao início, e a muito custo lá te convenci a reduzir para 5... meninos, meninas, tanto fazia desde que fossem lindos como eu... dizias. Eu ria-me, apenas me ria perante os teus planos, mas também eu os queria concretizar. Foi tudo maravilhoso nessa tarde, ou melhor nesse fim-de-semana que passaste comigo, mas aquela tarde em que deitados na minha cama fizeste mil e um planos para nós foi simplesmente inesquecivel... Sei que não vais ler estas palavras, mas se por acaso vieres aqui parar, mesmo que por acidente, sei que saberás de que tarde estou a falar, e sei que também tu a consideras inesquecivel...
Hoje aqui sozinha olho para o tecto e choro, choro porque não percebo o porquê de tantos planos senão fazias tenções de os cumprir, porque me fizeste amar-te? Porque me prendeste a ti senão querias ficar preso a mim? Hoje aqui sem ti sofro, se soubesses como sofro, mas faltam-me forças para to dizer, faltam-me forças para te perguntar porque me fizeste sonhar tão alto se depois me cortaste as asas e me deixaste sozinha? Quero gritar contigo, perguntar porque me fizeste isto, perguntar onde foi que te perdi, em que momento deixaste de me querer? De me amar?
Levanto-me da cama, e enquanto me visto as lágrimas caiem à medida que vejo fotos tuas espalhadas pelo quarto... quero rasgá-las ou pelo menos guardá-las, mas nem para isso tenho forças, respiro fundo e aos poucos junto todas as fotos nas minhas mãos, vou-as passando e revejo o teu sorriso, o teu olhar, o teu ar de puto rebelde... revejo o teu cabelo que eu adorava despentear... meto-as dentro de uma caixa. Pelo menos assim não choro sempre que olho para alguma parte do quarto...
Sento-me na cama, as lágrimas não param de correr, mas têm que parar não posso deixar que ninguém me veja chorar, não posso... Limpo as lágrimas, olho para o espelho e tento sorrir, desde que partiste que deixei de saber o que isso é... Desço as escadas, e saio para a rua... O sol bate-me na cara e até isso me dá vontade de chorar, o sol brilha demais e eu... eu já não tenho brilho... vou andando... tanta gente!!! Será que saiu tudo à rua hoje?
Digo olá à medida que por elas vou passando, sorrio, ou pelo menos tento. Encontro alguém conhecido que não quer um simples olá... Digo olá e sorrio, e a tal pessoa que noutras ocasiões até ficaria feliz de encontrar, parece-me neste momento a pessoa mais chata do mundo, não percebem que quero estar sozinha? Pois, não devem perceber...
- "Como estás?!" - Pergunta-me a tal pessoa que às tantas já não sei quem é, de tão fraca e baralhada que estou... Como estou?... Como estou?... Como achas que estou?... Estou na merda, quero desaparecer, evaporar-me, não consigo parar de chorar, e sinto-me estúpida por isso, nunca me prendi a ninguém... porque fui logo prender-me a quem não queria ficar preso a mim?
Apetece-me dizer tudo isto a gritar mas... não tenho forças e limito-me a dizer: - "Estou bem e tu?"
- Eu? Eu estou no céu, sabes aquelas fases em que tudo nos corre bem? Pois estou numa fase assim... mas tu não me pareces muito bem, tens mesmo a certeza que estás bem?
Tenho, então não tenho, e agora depois desse discurso cheio de felicidade, ainda me sinto melhor por saber que todo o mundo é feliz menos eu... mas mais uma vez não digo nada disto, limito-me a dizer que tenho certeza, e a inventar uma desculpa para me ir embora. Continuo a andar sempre com olás e sorrisos pelo meio, não aguento mais, quero chorar, voltar para casa, para o meu quarto, deitar-me na cama e chorar, chorar...
Um dia alguém disse: "se o meu sorriso mostrasse o fundo da minha alma, muita gente choraria comigo ao ver-me sorrir". Se conseguissem ver o que está por trás do meu sorriso, iam ver alguém frágil que se arma em forte para não preocupar ninguém com os seus problemas, iam ver alguém triste e sem forças, alguém que só tem vontade de deixar de existir. Tento esquecer-te, tento voltar a ser feliz, mas não consigo. Dizem-me para sair com este ou aquele, será que não percebem que não é a colocar um qualquer no teu lugar que te vou esquecer? Não quero ninguém, ninguém... se não puderes ser tu. Quero pedir-te para voltares, quero pedir-te ajuda mas não consigo. A única coisa que consigo fazer é chorar, e é isso que faço agora, choro deitada na minha cama, abraçada ao urso que tu tão bem conheces, enquanto escrevo, mas... já nem para isso tenho forças, por isso isto fica por aqui e eu... eu vou continuar a chorar abraçada ao urso, até que o sono chegue, e me leve para um mundo onde eu possa ouvir-te dizer que me amas...