15 abril, 2010

Mergulhei na banheira, que enchi de espuma, e estranhamente, pela primeira vez desde que moro neste prédio, comecei a ouvir os risinhos da minha vizinha. Eu nunca tinha ouvido a rapariga a rir!!! Mas mal eu sabia que era apenas e só o princípio da tempestade...
Ela vive com um gajo por quem eu não tenho grande empatia. Ele é esforçado, mas eu chuto-o para canto. Quando os risinhos começaram eu estava a brincar com o patinho de borracha na banheira... e risinho puxa risinho (enquanto o tempo puxava chuva), e o gajo deve ter começado a puxar por ela... ela parecia um trovão a abanar as janelas... ofegante e torrencial, gritando... "sim e sim e siiiiiiiim!!!"
E não pensem que a cena foi nuvem passageira. Não... a tempestade parecia da grossa (se me permitem a expressão). A vizinha estava a ser duramente fustigada pelo dilúvio, e eu ali a espumar-me de raiva, com o patinho já murcho de tanto banho.
Das duas, uma: ou entre eles só há faísca em dias de tempestade, ou era o tempo que trazia até minha casa o eco deles. Nessa noite quase adormeci na banheira, e até aproveitei o barulho dos outros para fazer o meu...
Será que de mim também ficaram a pensar que é só em dias de tempestade??? Será que ouviram o meu patinho??? Para saber, vou ter que esperar pelas próximas chuvadas, sem descurar as boas abertas...