17 novembro, 2009

Swingar

Se há coisa difícil de aprender é a guardar segredos. É que às vezes são tão apetecíveis, que somos tentados a ter vontade de os partilhar... o que é um erro, claro, porque a partilha da intimidade é tão rara que temos e devemos preservá-la.
Mas vamos ao segredo?

Tenho uns amigos que são swingers. O assunto só é sigiloso porque no círculo dos amigos mais chegados ninguém sabe. Mas entre nós o tema não é tabu, e cada vez que estamos juntos pergunto-lhes: "Têm conhecido alguém interessante? E como era ela? E ele? E conversam muito? E ficam a ver? E foi toda a noite?".

Todas as perguntas são válidas para quem está de fora, porque todos nós temos as nossas próprias fantasias, e por isso todos nós swingamos. E como as nossas próprias fantasias normalmente não são fáceis de concretizar, acabam por ficar a swingar nas nossas mentes. O swing arrepia para quem está de fora, não é?

Mas falar sobre este assunto com estes meus amigos tornou-se quase natural. Um dia até me enviaram um link de um site para eu espreitar. E posso-vos dizer que o que por lá encontrei nada tinha de bonito... Nomes mirabolantes encabeçavam pequenos textos a anunciar o que cada um pretendia, mas o pior mesmo era a galeria de fotos... um verdadeiro amontoado de mamas e pilas grandes, penetrações e bocas cheias.

Também gostei de saber que as mulheres são muitas vezes "bi", mas os homens são sempre "hetero"!!! Ou seja, nem a esta modernice do swing escapa o machismo, porque giro é ficar a ver duas mulheres a lamberem-se, mas homem que é homem nunca deve ser lambuzado por outro. Tendo em conta o que sei (e só posso falar pelo que os meus amigos me contam), não me apetece experimentar... lamento.

Por vezes a rotina e a saturação levam-nos a procurar outros caminhos da salvação (ou perdição?), mas a verdade é que esta abertura pode ser labiríntica.
Afinal, não será o swing uma fuga ao amor?