03 março, 2006
Desconfio sempre das pessoas que não usam perfume, porque para mim isso significa que não dão importância ao cheiro.
Aconteceu-me há pouco tempo conhecer alguém por quem me julguei apaixonada, que não usava perfume.
Conheci-o numa noite de copos e música dos anos oitenta. Ele estava na pista a dançar, onde toda a gente suava ao ritmo que dançava, e havia quem destilasse perfume, e quem se tornasse indesejável a um palmo de distância.
Em noites assim a minha miopia trai-me constantemente. Acontece-me ver alguém de quem penso gostar e avanço destemida, e quando finalmente os meus olhos dão de caras com a figura, caio em mim e quase tropeço.
Ele parecia-me bonito, mas para ser verdadeiramente sincera, o que me chamou a atenção foi o facto de haver alguém que parecia olhar insistentemente para mim... e era bonito... ou parecia...
Em noites destas, quando a miopia e a Vodka se encontram o risco é maior.
Era verdade, ele olhava para mim. Eu passei rente a ele, com a desculpa de ir subir umas escadas, e ele agarrou-me o braço. Ele era o verdadeiro "homem cebola", sem perfume, e disposto a sair da casca naquela noite.
A miopia não me tinha traído assim tanto, porque ele até tinha uma figura bonita, e a conversa arrastou-se pela noite fora... fomos parar à cama... o intenso desejo dele por mim excitou-me... consumia-me com aquela avidez de alguém esfomeado a quem se dá um prato cheio... e eu tenho muito prazer em ver comer...
Quando ele se foi embora, ficou-me o cheiro da pele... da pele que não respira o prazer do perfume...
Dois dias depois, marcámos um encontro num bar ao fim do dia, e quando me deu dois beijos senti-lhe o cheiro da pele... aquele cheiro que não vê perfume, e perguntei-lhe:
- Tu não usas perfume, pois não? É que eu seria incapaz de me apaixonar por alguém que não gostasse de perfume
Ele respondeu-me:
- Não, não uso perfume, mas acredito que deixo rasto...
E eu pensei comigo mesma...
Pois deixas, mas eu é que prefiro perder o teu...
Aconteceu-me há pouco tempo conhecer alguém por quem me julguei apaixonada, que não usava perfume.
Conheci-o numa noite de copos e música dos anos oitenta. Ele estava na pista a dançar, onde toda a gente suava ao ritmo que dançava, e havia quem destilasse perfume, e quem se tornasse indesejável a um palmo de distância.
Em noites assim a minha miopia trai-me constantemente. Acontece-me ver alguém de quem penso gostar e avanço destemida, e quando finalmente os meus olhos dão de caras com a figura, caio em mim e quase tropeço.
Ele parecia-me bonito, mas para ser verdadeiramente sincera, o que me chamou a atenção foi o facto de haver alguém que parecia olhar insistentemente para mim... e era bonito... ou parecia...
Em noites destas, quando a miopia e a Vodka se encontram o risco é maior.
Era verdade, ele olhava para mim. Eu passei rente a ele, com a desculpa de ir subir umas escadas, e ele agarrou-me o braço. Ele era o verdadeiro "homem cebola", sem perfume, e disposto a sair da casca naquela noite.
A miopia não me tinha traído assim tanto, porque ele até tinha uma figura bonita, e a conversa arrastou-se pela noite fora... fomos parar à cama... o intenso desejo dele por mim excitou-me... consumia-me com aquela avidez de alguém esfomeado a quem se dá um prato cheio... e eu tenho muito prazer em ver comer...
Quando ele se foi embora, ficou-me o cheiro da pele... da pele que não respira o prazer do perfume...
Dois dias depois, marcámos um encontro num bar ao fim do dia, e quando me deu dois beijos senti-lhe o cheiro da pele... aquele cheiro que não vê perfume, e perguntei-lhe:
- Tu não usas perfume, pois não? É que eu seria incapaz de me apaixonar por alguém que não gostasse de perfume
Ele respondeu-me:
- Não, não uso perfume, mas acredito que deixo rasto...
E eu pensei comigo mesma...
Pois deixas, mas eu é que prefiro perder o teu...