22 dezembro, 2006

Quando um homem ama uma mulher, parece que odeia todas as outras mulheres. Com as mulheres já não é bem assim. Vá lá alguém saber porquê. A indiferença parece que as atrai... desafia-as... diverte-as... sei lá... deve enfurecê-las pensar:
"Este gajo não quer nada de mim..."

"Não penses que sou um gajo como os outros" - disse eu a uma que só queria dormir comigo - "sem fazer nada" - como elas gostam de dizer. Como se dormir não fosse já gravíssimo!!!
Abri um livro, e comecei a ler... ela começou a rir-se... esticou o dedo do pé até tocar no meu pé, e respondeu...
"Eu sei... vi logo que eras um gajo diferente..."
Continuei a ler...
"Diz-me uma coisa bonita" - pediu ela
E eu disse...
"És a rapariga mais bonita que já vi..."
E ela perguntou...
"Quantas viste até hoje?"
E eu respondi...
"Contigo treze..."

Fodemos como doidos... mas eu queria ler!!!
Amei-a... depois tentei esquecer... e ela enrolou-se numa almofada e dormiu...
Agora o que me custa mais não é tanto lembrar-me desses momentos... é não os esquecer...
O que é que se faz com o que nos fica na cabeça, quando já não há nada a fazer?

01 dezembro, 2006

Infidelidade

Pensando que ainda tenho metade da vida para viver, não sei se é mais fácil sobreviver no amor, ou viver no desamor. A verdade é que já experimentei ambas as situações. Considero-me uma mulher vivida e sofrida, até infiel já fui algumas vezes... poucas...
Será que me deveria arrepender de o ter sido?
Não, não arrependo, porque para mim a infidelidade foi sempre um estado de transição. Uma resposta aos impulsos do corpo, e um desafio à minha consciência.
Para mim, ser infiel é um sinal de alerta, é como quando bebemos muito e o fígado manda para o exterior sinais de descontentamento.
O que eu não sei mesmo, e me pergunto muitas vezes, é se alguma vez fui enganada. Não sei se alguma vez alguém que amei dormiu com alguém que não fosse eu.
Se é importante?
Nada... nadinha...
Quanto a mim posso dizer que já tive sexo com outras pessoas antes de descobrir que já não estava apaixonada pela pessoa com quem mantinha uma relação. Era um sinal... e foi...
Quando era mais nova, lembro-me de que sabia que estava apaixonada, por não desejar mais ninguém, por não ver mais ninguém que não fosse o "meu" Amor. Às vezes parecia que tinha aversão ao mundo, porque só desejava a pessoa que estava comigo. Entretanto tudo isso mudou... cresci, alarguei os horizontes, e tornei-me disponível.
Em primeiro lugar para amar, mas também para sofrer por amor.
Diria que talvez na minha idade, a minha vida seja o reflexo dos meus pecados passados. Mas como me recuso a aceitar isso, procuro estar mais atenta... vivo um período de busca acentuada, mesmo quando parece que não procuro nada... como agora.
Ao ter começado a namorar muito nova, aumentei as probabilidades de vir a ser infiel... e fui. E como dizer que não voltarei a ser, se estou disponível para amar?
Continuo sem saber se já alguma vez fui enganada, mas já fui abandonada, e a dor torna-se maior quando não sabemos porquê.
O amor é mesmo mais o meu género, mas o problema é que a paixão é mais o género da infidelidade...